30.4.09

Como a Dedete nos escolheu


Temos recebido vários emails perguntando sobre o processo de escolha da moto para a viagem.

Bem, primeiro fizemos uma boa pesquisa sobre o tipo de moto normalmente utilizada para esse tipo de viagem.
Utilizei bastante um site que faço parte - http://www.advrider.com/ (Adventure Rider).

Basicamente, nossa prioridade ficou entre os modelos "Todo Terreno" (Dual Purpose) para aguentar a variedade de estradas que iríamos enfrentar.

Ficamos entre os seguintes modelos :
BMW GS 1200, Suzuki V-Strom 1000 ou V-Strom 650, KTM 900 e Kawazaki KLR 650.

Estava procurando uma moto usada para evitar a desvalorizaçao inicial existente em veìculos zero. Nao fazia muito sentido uma moto zero que iria, de cara, percorrer milhares de KMs.

Dos modelos acima, a BMW GS era a mais cara (carrega a grife BMW).
A KLR 650 era a mais barata. Porém, apòs testarmos, nos preocupou um pouco a questao do conforto, considerando a quantidade de horas viajando, diariamente.
Assim, fomos pesquisando o mercado de usados pela internet, muito forte nos EUA.

Um dia, apareceu a Dedete (vide meus primeiros posts): uma V-Strom 1000cc que já tinha ido até o Alaska e estava prontinha para uma segunda aventura, a qual teve que ser cancelada pelo proprietário anterior.
Só foi preciso colocar uns ítens a mais e bingo !

A escolha, que era para ser puramente técnica, acabou sendo coisa do destino, envolvida, também, em emoção.
Quer coisa melhor do que isso ? Técnica e Emoção em doses equilibradas....

A Dedete está dando um show nas estradas (força e conforto).

A Caminho de Tikal - Guatemala

Buenos Días Companheiros de Jornada.

Como disse anteriormente, cruzamos Belize de Leste a Oeste, aproveitando para documentar essa região pouco conhecida.

Chegamos na divisa com a Guatemala em Melchor de Mencos, um vilarejo de uns 1 mil habitantes (chutando alto).

Só vendo para acreditar que se tratava de uma fronteira internacional.

Ruas de terra, um pequeno comércio formado por armazens e botecos, animais nas ruas (cachorro, bezerros, cabras etc.). Uma pequena porteira com 2 Policiais Federais Guatemaltecos e pronto, lá estávamos nós dando entrada na Guatemala pela região menos conhecida.

Nosso objetivo era visitar o Sítio Arqueológico Maia de Tikal, na Região de Petén. Assim, resolvemos nos hospedar na “grande” El Remate, à beira do Lago Petén Itza.

Os primeiros 30 Kms da estrada na Guatemala foi uma mistura de terra, cascalho e lama. Depois, melhorou para um asfalto com muitos buracos.

A rodovia nem consta no Google Maps.

O lado positivo disso foi que observamos muito trabalho nessa estrada para asfaltá-la. Assim, acredito que, em breve, haverá uma boa estrada nessa região.

Por causa do trabalho na estrada, tivemos que ficar parados, num determinado ponto, por 40 minutos aguardando a liberação da nossa pista (se é que podemos classificar aquilo de pista). O calor era insuportável dentro de nossas roupas. Encontramos uma árvore num pasto próximo e fomos nos esconder lá. A Dedete, coitada, teve que nos esperar na fila de veículos, no sol mesmo.

O evento acabou servindo para conhecermos alguns cidadãos guatemaltecos que também aguardavam e ficaram curiosos com o nosso método pouco usual de viajar.

Quando o trânsito foi liberado, seguimos, bem devagar e cautelosos com os buracos, até El Remate.

Encontramos um hotelzinho simples e limpo.

No período da tarde, fomos rodar um pouco e conhecer a região do lago Petén Itza. E, à noite, fomos descansar para estarmos prontos para muita caminhada no dia seguinte.

Levantamos ainda no escuro pois a Paula queria fotografar Tikal ao amanhecer.

Fizemos uns lanches e pé-na-estrada (30 Kms) até Tikal.

O caminho é muito bonito, assim como Palenque, formado por morros e uma floresta bem densa.

O Sítio é indescritível, composto por uma “Praça Central” e vários templos. Nos impressionou muito o estado excelente de conservação.

Passamos o dia fotografando o local.

No dia seguinte, descansamos para, na sequência, “descermos” pela Rodovia CA-13 até Rio Dulce, próximo à fronteira com Honduras.

Viva Guatemala !!!

28.4.09

Belize - O errado que deu certo

Hello from Belize.

Deixamos Palenque, México, numa manha linda, ao nascer do sol. Nosso objetivo era chegar em Chetumal, na divisa entre México e Belize (uns 450 kms).
A estrada era um retao só, com pastos cheios de gado.
Nada de muito emocionante, a nao ser o "calor dos infernos" que ia aumentando à medida que o dia avançava.
Paramos para um lanche e seguimos viagem para chegar a Chetumal, estado de Quintana Roo.
Por volta das 3 da tarde, após muito calor, entramos na cidade e fomos logo para o hotel que haviam nos indicado.
Naquela altura, cheios de jaquetas e calças, ar condicionado era nossa prioridade.
Assim, descansamos até a noitinha, saímos para jantar e nos preparamos para cruzar a fronteira com Belize no dia seguinte.
Chetumal não tinha muito o que nos oferecer, a não ser um lugar para descanso.
Há casinos e praias por perto.

No dia seguinte, cruzamos a fronteira (sempre um processo cansativo, principalmente entrando com seu próprio veículo) e seguimos para Belize City.
Belize é um pequeno país pouco conhecido. Há uma grande diversidade de culturas que habitam esse pais (Kriol, Maias, Menonitas, Mestizo, Lebaneses etc.)
Muito interessante.
A língua oficial é o inglês. Porém, a maioria da população fala o Creole.
Nosso objetivo nesse parte da viagem era o mergulho, atividade que praticávamos bastante no Brasil.

Os preços, em geral, são bem ¨puxados¨ por aqui. Mesmo assim, consideramos um país bem pobre.
Muitas casas sem a mínima infra-estrutura e muitos mendigos nas ruas.

Quando chegamos, fomos informados que o mar estava¨"virado" e que os mergulhos estavam cancelados nos próximos 2 dias. Pediram para checarmos no dia seguinte se haveria mergulhos. Ficamos um pouco desapontados.
No dia seguinte, nos informaram que nao havia previsão para saídas de mergulho.
Então, apesar de um pouco chateados, achamos melhor buscar alternativas.
Se não dava por baixo d´agua, então, vamos por cima mesmo.

Eu, que já estava com muita vontade de um descanso ao sol, olhei para a Paula com aquele olharzinho tradicional de piedade, olhos bem caídos /\, e sugeri :
- Que tal esquecermos os mergulhos e pularmos para alguma ilha para uns 2 dias de praia e sol ?
Sem muita dificuldade, a proposta foi aceita.
Então, fomos para San Pedro (que fica fora do continente - Ambergris Caye) pegar uma prainha.
Deixamos a Dedete bem segura e acomodada, também descansando.
Encontramos uma típica ilha do Caribe: ruas de areia, pousadas, praias, coco gelado, carrinhos de golf.................
Opa!!! Carrinho de Golf ?
Sim. O meio de transporte utilizado aqui é esse. Todo mundo andando nas ruas com carrinhos de golf. Tem regras de trânsito e tudo mais.

Depois de 3 dias, achamos que era hora de voltar ao trabalho. Além do mais, estávamos preocupados com a Dedete.

Voltamos para Belize City, preparamos nossas "sacolas" e seguimos viagem por uma área pouco conhecida (Belize de leste para oeste) e entramos na Guatemala pela vila de Melchor de Mencos.
No caminho, paramos em diversos pontos para fotografias e vídeos.

Olha ! Só vendo para acreditar onde passamos.
Um mundo desconhecido.

No próximo post, vamos descrever nossa entrada na Guatemala e nosso trajeto até El Remate, que fica próxima as ruínas maias de Tikal.
Tudo está indo 100%.
Estamos encantados com a Guatemala e seu povo alegre e amigo.

Desculpem a falta de fotos. Mas, só encontrei internet aqui num ¨super, high speed, turbo, internet café¨.
Dá pra imaginar ???

Sigam conosco.

Lúcio & Paula
Sempre nas Estradas

27.4.09

Da Quinta pra Nove - Na mídia

Algumas matérias recentes sobre nosso projeto.





25.4.09

Novo Conversor de distância byMP

Estávamos por aí.... Uma estrada qualquer no México.
O calor judiava bastante.
Parecia que eu carregava o sol aceso dentro do meu capacete.
Meu corpo estava se dissolvendo dentro daquela roupa de motociclista.
Todos os zipers de ventilação da calça e da jaqueta estavam escancarados, mas só entrava bafo quente.
Minha pressão baixou.
Comecei a sentir fraqueza.
Percebi que eu não estava indo muito bem quando brotaram algumas vertigens: banho tomado, vestido-sandália-batom, Shopping Center e sala fresquinha de cinema....

Pedi para pararmos num posto qualquer.
Eu precisava me restabelecer.
Quando desci da moto, o suor, que estava empoçado dentro calça impermeável, escorreu pelas minhas pernas quase me fazendo atolar no chão de terra batida.

Eu, que dentro daquela roupa rígida e cheia de protetores já caminho de um jeito meio estranho - tipo Robocop, não fiquei nem um pouco mais Linda chacoalhando a perna, em cada passo que dava, para me desgrudar da calça.

Já dentro da vendinha, arrancamos as roupas e nos sentamos ao balcão.
Nos deliciamos em boas rodadas do nosso drink favorito de estrada: Gatorade de limão.

O astral super-hidratado ficou melhor ainda, depois que resolvi interagir com o funcionário do estabelecimento:

- Con permiso, Señor .... Quantos kilômetros faltam até Palenque ?
- Depende do seu veículo .
- ? ? ? ? ? ? - Moto.
- E qual a velocidade que ela anda ?
- ? ? ? ? ? ? - Uns 100km / hora.
- Então........ duas horas mais 10 minutos.
- ? ? ? ? ? ? - Ahh.....si si. Uns 200 km ?
- Já disse, depende do seu veículo. De moto, duas horas mais 10 minutos.
- ? ? ? ? ? ? - Claro......como no......muchas gracias.

Esse método de conversão de “distância = tipo de veículo/tempo médio” é muito comum no México. Acredito que deve ter vindo da cultura Maia, pois não é que em Belize essa fórmula também pegou?

E pior, não é que eles acertam todas as distâncias com precisão ?!?

México de Templos e Topes Maia

Como sabemos, todo projeto tem seus obstáculos.
O nosso não é uma exceção.
Hoje, vou mencionar um obstáculo físico que, literalmente, necessita ser superado várias vezes durante o dia : as lombadas nas estradas ou "Topes", como se diz em espanhol.

Assim que cruzamos a divisa com o México, sim......logo depois da Fronteira EUA-México, já "senti" o obstáculo.
Impressionante !
São lombadas enormes colocadas nas estradas, avenidas, ruas, ruelas, ribanceiras etc.
Onde se passa veículo tem lombada para reduzir a velocidade.

Não há amortecedor, protetor de cárter, bunda, coluna que aguente isso.
A coitada da Dedete segue firme tentando o melhor que pode reduzir as pancadas.

Resolvemos, então, criar uma classificação dos topes em 5 níveis, dependendo do tamanho da "coisa".
Os de Nível 1 são superados com facilidade, só necessitando reduzir a velocidade (até 20km/hora);
Nível 2, ok. Só não passe muito rápido;
Nível 3 já requer cuidados adicionais e primeira marcha;
Nível 4 precisa procurar lugares falhos para reduzir o impacto;
E, no Super 5, você pára o veículo (mesmo se tratando de uma moto dual-purpose) e vai pedindo permissão para subir e descer, como todo cuidado do mundo. E, mesmo assim, é capaz de dar uma resvalada só para lembrar quem é que manda mesmo nas estradas.

Assim, com nossa Tabela Oficial de Classificação de Topes, conseguimos conversar de forma mais objetiva :
"Você viu aquele Nível 5 lá atrás ?"
"Acho que erramos o caminho. Era para ter entrado à direita logo após aquele Nível 3"

Claro que a sinalização nem sempre lhe oferece tempo e espaço suficiente para uma boa reduzida na velocidade. Aí é pancada mesmo.

Ah.....me esqueci de mencionar um outro tipo de lombada. Essa, não conseguimos encaixar em nosso Padrão de Classificação.
Trata-se da "Lombada Templo Maia".
A coisa é impressionante em tamanho e extensão. A parte mais alta é plana e larga. É usada como lombada e passarela para pedestres.
Segue o estilo das construções Maia que estamos observando. Então, resolvemos homenagear os "arquitetos" criadores de tal estrutura (as lombadas).

Existe, também, a "Lombada Móvel". Isso mesmo, são portáteis.
Normalmente utilizadas pelo Exército Mexicano, essas lombadas são, simplesmente, tiras de pneus jogadas no meio da estrada onde o Exército quer fazer uma blitz.
Claro que não consideraram a hipótese de um motociclista com uma moto pesada, cheia de bagagens e passageiro, ter que equilibrar para superar tais lombadas.

Assim, de tope em tope, com paciência, vamos superando nossos obstáculos.

Sigam conoscos.
Estrada cheia de emoções a todos.


Olha mais um Tope aí.......No meio do nada.

24.4.09

Palenque - Imperdível

Salve Companheiros da Estrada !!!

Após Catemaco, seguimos viagem numa bela manhã de sol. Nosso destino era Palenque no Estado de Chiapas.

A estrada, inicialmente, era margeando o Lago Catemaco.
Depois, pegamos uma Autopista e seguimos até VillaHermosa, já no Estado de Tabasco.
Uma bela cidade (um pouco grande para os nossos objetivos momentâneos). Porém, saboreamos um bom almoço por lá.

Na sequência, mais 160Km até Palenque, no Estado de Chiapas.
Palenque hospeda um Sítio Arqueológico Maia considerado o mais conservado do México.

Encontramos um bom hotel na cidade.
Um jantar num típico restaurante mexicano e cama pois, no dia seguinte, queríamos chegar cedo para conhecer e fotografar as ruínas antes dos ônibus de turismo chegarem no local.

Assim, na manhã seguinte, fomos com a Dedete "levinha"(sem as malas, sacos e sacolas) até lá.
Só o passeio até o sítio já é algo muito bonito, pois as ruínas ficam no meio de uma floresta tropical bem densa.

Realmente, ficamos impressionados com os templos.
Tudo está muito bem cuidado.
Exploramos o local até o fim do dia, tentando imaginar um pouco dos costumes e ideais desse fascinante povo.

No final da tarde, voltamos para o hotel, descansamos um pouco e saímos para jantar e explorar um pouco da cidade.
Voltamos cedo para o hotel pois, na manhã seguinte, íamos sair bem cedinho para um "tiro" até Chetumal (470 km), na divisa entre México e Belize.

Consideramos Palenque um lugar imperdível no México. A beleza e mistério envolvendo a cultura Maia, com certeza, podem ser sentidos nessa visita.

Palenque - Chiapas

22.4.09

Catemaco- México

Jantar romantico à beira da Laguna Catemaco


Abuso da Guacamole


A eterna indecisão na hora da escolha


Tentando alguma comunicação com o Mundo - "Internet Café"


Tubaínas para todos os gostos


Comércio Local


Conhecendo a Laguna Catemaco


Pose para o Jornal Local

Encontro de Moto-Boys


A caminho de Catemaco, num determinado ponto, paramos para fotografar uma formação rochosa muito interessante.
Fiquei arrumando umas coisas na Dedete, enquanto a Paula tirava suas inúmeras fotos, até que um rapaz parou ao meu lado, dirigindo uma Yamaha 125.
Opa !!! Conversa de motociclistas.

Ele queria saber sobre a Dedete: cilindradas, quanto custava nos Estados Unidos, se cansava ficar nela por tantas horas etc.

Seu nome era Tite. Vendedor de Tortillas na região.
O diálogo não estava fácil pois, além do meu pobre portunhol, Tite não era um mestre em comunicação oral.
Tudo que ele não entendia, olhava para mim e dizia algo como :
- Monday ???
Acho que era porque eu mencionei que vinha dos EUA.

Contei a ele que no Brasil há muitos profissionais que, como ele, trabalham em cima da moto o dia todo.
Ele riu muito quando eu disse que o nome era :  "motoboy"

Ele me disse que sonhava em fazer uma viagem similar à nossa.
Eu mencionei que era possível. Inclusive, já tinha lido relatos de pessoas que viajaram em motos parecidas com a dele.

Tite ficou pensativo, até que, brincando, disse a ele :
- Vamos......
Confesso que fiquei muito preocupado quando ouvi :
- Será ?

Tite era casado e tinha filhos.
Tentei explicar a ele que eu estava brincando pois uma viagem dessa precisava ser bem discutida "em casa".
Percebi que ele ficou um pouco desapontado.
Lembrei-o de que, possivelmente, ele tem mais experiência em cima da moto do que nós. E que, de uma outra forma, ele fazia sua aventura diariamente.
Sinceramente, acho que não funcionou. Ele queria mesmo era ir conosco até o Brasil.

Nos despedimos, desejei a ele "boas aventuras em cima de sua moto" e ele nos desejou o mesmo.
Espero que Tite não tenha desistido de seus sonhos........

21.4.09

Pelas estradas do México

Hola !!!!
Conhecendo o México e seu simpático povo.

Após 2 dias curtindo as praias de Tampico, pegamos a estrada rumo a Tuxpan.
Pelo caminho, passamos por pequenos vilarejos. Povo bem simples, porém muito gentil. Por onde passávamos, as pessoas cumprimentavam e ficavam olhando, curiosos, a Dedete cheia de malas e sacolas.


Um dos motivos que nos fez escolher a rota do Golfo foi porque ela não é tão conhecida e explorada.
É uma rota cheia de vilarejos e praias desertas.
Acredito que fizemos a escolha certa. Estamos gostando muito.


Num determinado lugar, paramos para observar e documentar o comércio ao redor da "rodoviária".
Assim, de vila em vila, fomos seguindo nosso caminho até Tuxpan.

Tuxpan não nos mostrou nada de diferente. Uma cidadezinha à beira do Rio.........Tuxpan.

No dia seguinte, pé-na-estrada rumo a Vera Cruz.
O dia prometia chuva. E a chuva chegou aos baldes.
E as estradas a caminho de Vera Cruz começaram a mostrar seus pontos fracos (alagamentos).
A situação começou a ficar preocupante. Em alguns pontos, tinha que parar e calcular como superar a água na estrada.


Numa determinada vila, enquanto analisávamos a situação, um homem começou a abanar a mão de longe, correu até nós e apresentou-se.
Era o Ed, americano e moto-aventureiro.
Vendo meu colante "ADV" (Portal dos Moto-Aventureiros - www.advrider.com), veio logo conversar.
Ed já viajou pela America Latina 9 vezes.
Desta vez, estava retornando da Guatemala.
Como nós estávamos indo no sentido contrário, ele queria informação sobre as condições das estradas "lá pra cima".


Após as apresentações, Ed nos convidou para descansar um pouco no hotel que estava hospedado. Fomos logo abrindo os mapas e ele nos passou várias informações importantes sobre nossas próximas etapas.



Assim, seguindo a sugestão do Ed, passamos para conhecer Vera Cruz, e seguimos direto para Catemaco, um vilarejo às margens do Lago de mesmo nome.
A estrada era muito bonita pela costa.

Catemaco fica num vale. Um cenário bem bonito.
Há restaurantes, um pequeno comércio, a tradicional igreja e o povo sempre muito simpático.
Segundo dizem, é a versão mexicana reduzida do Lago Titicaca.
Em breve, literalmente, veremos.......Se Deus quiser.

Sigam conosco.
Estradas Emocionantes !!!!

20.4.09

Planejamento: pra que isso ?

Um ponto importante em todo Planejamento de Projeto é a revisão deste durante sua execução.

"Mas como ?  Vai mudar o Plano ? Pra que serve isso então ?"

Bem, vou confessar algo aqui :  não consigo adivinhar o futuro.
Tenho pura inveja da Mãe Dinah. Porém, ainda não cheguei lá.
Assim, só me resta deixar margens para erros em meus planejamentos e alguns pontos pré-definidos quando farei uma revisão do que havia inicialmente planejado.
Claro que estamos, o tempo todo, acompanhando nosso planejamento e verificando se sua execução está de acordo. Porém, acho extremamente válido definir, antes do início da execução, alguns pontos de controle, quando o Planejamento será todo revisado.

Um Planejamento considera premissas (um cenário imaginado e suas variáveis). É muito importante rever se as premissas ainda são válidas durante a execução do projeto.

Por exemplo :
Elaboramos nossa rota para a viagem "Da Quinta pra Nove".
Esse plano levou em consideração algumas premissas : tempo necessário para cada perna da viagem, nossas condições físicas, condições das estradas, custo, tempo total que poderíamos permanecer viajando, etc.

Definimos que, em College Station, faríamos um primeiro balanço de como estávamos nos comportando na viagem e ajustar nosso plano de acordo.
Pois bem, percebemos que estamos conseguindo cumprir bem os trechos planejados, melhor até do que inicialmente estimado. Assim, decidimos ajustar nossa rota para incluir um ponto que gostaríamos muito de visitar :  Belize.
Conhecido ponto de mergulho, Belize possui uma das maiores barreiras de corais do mundo, além da possibilidade de mergulhar com Tubarões Baleia.
Assim sendo, ajustamos nosso planejamento e estaremos dirigindo a Dedete para conhecer esse famoso destino dos mergulhadores.

Então é isso. Planejamento de Projeto é feito para ser seguido e ajustado.
Faremos a próxima revisão geral do Projeto "Da Quinta pra Nove" na Costa Rica.
Lá, se Deus quiser, vamos definir sobre a travessia a América do Sul e confirmar a rota final.

O importante é ter um plano, seguí-lo e ajustá-lo ao longo de sua execução.
Ahhh.....claro......e o mais importante :  vontade de fazer acontecer.
Sem isso, vamos ficar só no "blá blá blá" e nada de resultados.

Estradas Emocionantes a todos !!!

18.4.09

Buenos Días Mexico

Apesar de ansiosos, pois havíamos recebido diversas informações preocupantes sobre o processo de "Importación Temporal de Vehículo", tudo aconteceu dentro dos conformes.

Assim, às 10:30 estávamos "libres" rodando por estradas mexicanas.

Algumas paradas nos primeiros KMs pela Polícia Federal.
Quando os agentes entendiam o objetivo da viagem, brincavam conosco.
"Buen Viaje hasta el samba" - nos disse um Policial.

Fomos rodando no sentido sul, felizes por mais essa etapa cumprida do nosso planejamento.
O objetivo agora era chegar a Tampico, balneário situado no Golfo do México.
Estradas com pouco movimento de veículos. Mas, impressionante a quantidade de animais (gado, jumentos, cavalos, cabritos, cachorros etc.). Um perigo.
Pequenos povoados ao longo do caminho
Temperatura subindo.


Criancinhas nas "ruas", vendo aquela moto cheia de malas e sacolas, acenavam para nós.

Lá pela metade do caminho, avistamos uma placa : "Trópico de Cancer".
Estávamos cruzando a famosa latitude. Um marco importante para nós.


Após mais algumas paradas, chegamos a Tampico e nos instalamos num simpático hotel bem na praia.
Hora de descansar, pegar uma prainha e conhecer a região.
"Viva Mexico !!!"

16.4.09

Rumo ao México

De volta às estradas com a Dedete. Estávamos com saudades.

A Dedete passou por revisão, trocou os pneus e pastilhas de freio.
Assim, estamos todos com energias renovadas para mais essa etapa da viagem.

Saímos de College Station pela rodovia estadual Texas-21 e, depois, a Texas-77.
Optamos por rodovias menores para aproveitarmos as passagens por pequenas cidades que ficam pelo caminho.
Além disso, a Texas-77 nos leva direto para Corpus Christi e Brownsville (nossa escolha de cidade para cruzarmos ao México).
A viagem em sí foi ótima. As estradas bem mantidas nos oferecem tranquilidade enquanto a Dedete supera os KMs.


Paramos para um almoço em Victoria. Como estávamos bem fisicamente, decidimos seguir um pouco mais.
Na segunda parte da viagem, sentimos, novamente, a ação dos ventos (vide Clips ao lado). Mas, nada comparado ao que passamos em Arkansas.
Assim, fomos tocando e curtindo o passeio até chegarmos em Harlengen, bem próxima à divisa com o México.

Já estamos sentindo as temperaturas bem mais altas.
Retiramos as partes internas, agasalhadas, das nossas roupas, não mais necessárias.
Sinais dos trópicos.
Amanhã é dia........ 

15.4.09

O Restaurante preferido da Família Bush - byMP

Um dia desses, falei da casa de Elvis Presley, a segunda residência mais visitada nos EUA.
Hoje, vou contar uma curiosidade sobre a família americana que se instalou na residência campeã em visitas, e que, por muito pouco, não a adquiriu por Usucapião.

A família tem sobrenome BUSH e gerou vários políticos.
O precursor foi o avô, que se elegeu Senador.
Um de seus filhos acabou na Presidência da República em 1989 (George Bush). O outro, preferiu ser Governador (1999).

Mas, foi o neto, super dotado, que se destacou mesmo.
George W. Bush sentou-se na cadeira da Presidência da República dos EUA entre 2001 e 2009.
Além de reforçar a tradição política da estirpe, rapidamente demonstrou um talento excepcional ao consagrar seu nome.
Tornou-se mundialmente conhecido por receber, em tão pouco tempo, tantas condecorações.

Seus Títulos mais conhecidos foram:
Stupid Person, Bronco Show, Néscio, Energúmeno e, o mais popular de todos, HeadStrong (em português, o conhecido “Cabeçudo”).

A família Bush sempre visita College Station.
Lá está instalado o Museu de George Bush (Pai) que retrata a sua história.

Mas, o que o resto do Mundo não sabe é que a Turma Bush, depois de cumprir com seus compromissos e protocolo, não dispensa, nunca, o Hamburger mais famoso da área.
E, é claro, nós fomos lá para conferir.

Olhem só o lugar.
"Chicken and Oil" é o nome do estabelecimento.

Dá pra acreditar ??

College Station - Great Pit Stop !!!

Fedão, Maria Paula (Tia Zú) e Maria Paula (Chefe)

Após nossa temporada de "ventos", passamos uns dias bem legais em College Station - TX, onde minha irmã (Tia Zú) e meu cunhado (Fedão) vivem.
College hospeda a famosa Texas A&M University.
O Campus principal da Universidade é, praticamente, um bairro no meio de College Station.
Impressionante a magnitude desse complexo universitário: Edifícios, Bibliotecas, Centros Esportivos etc.

Nessa cidade, o Fedão (renomado Veterinário Brasileiro) desenvolve seu trabalho há 3 anos.

Ao lado de College Station, fica Bryan. Uma cidade com um valor histórico grande para o Texas.
O estilo "country" (Cowboy) pode ser observado nessas cidades Texanas.
É interessante notar que, apesar do estilo "country", essas cidade são muito desenvolvidas, oferecendo excelente qualidade de vida a seus moradores.


Conhecemos alguns restaurantes locais.
O Fedão também preparou seu, sempre saboroso, churrasco brasileiro (já com um toque texano) para nós.
A Tia Zú nos levou para conhecer algumas cidades da redondeza.

Após dias bem tranquilos no Texas, achamos que era hora de dar sequência ao nosso "trabalho".
Assim, numa manhã chuvosa, deixamos College Station rumo à divisa com o México (por Corpus Christi e Brownsville).

11.4.09

Para quem tiver interesse em saber o que virou a região onde os Tornados estavam previstos para aqueles dias, seguem abaixo 2 links (uma matéria e uma foto).
Escolha a penúltima foto - No. 30 :

Matéria - Tornado
Imagens do dia - Álbum de Fotos - UOL Notícias

7.4.09

Nosso astral, naquelas condições, não estava bom.
Percebemos que estávamos derivando do planejado para os próximos dias.
Lembramos também que não conseguimos fotografar quase nada durante essa perna da viagem, pois nossa preocupação era simplesmente superar os ventos e chegar em algum lugar.

Enquanto comia algo, mencionei para a Paula que estava sentindo que havia ignorado um assunto sério: os Tornados.
Seguimos comendo nossos lanches em silêncio, até que um Senhor que trabalhava na lanchonete disse num inglês dificil de se entender :
- Vai ficar pior. Isso é só o começo.
Olhamos um para o outro, sem dizer nada.

Após alguns segundos, levantei-me, fui até a moto e peguei o laptop.
Voltei para a lanchonete, arrumei uma conexão com a Internet e comecei a trabalhar em 2 tópicos.
Primeiro: dar uma analisada na Temporada de Tornados.
Segundo: revisar previsões do tempo e, mais precisamente, previsão dos ventos para os próximos dias.

Com relação à Temporada de Tornados, estávamos, literalmente, no meio dela. Marquei o assunto para depois, com mais calma, voltar e estudá-lo em detalhes.
Com relação às previsões, o Senhor da lanchonete estava correto: os ventos iam piorar até aparecerem tornados, dentro de 2 ou 3 dias, exatamente naquela região do estado de Arkansas.

Em seguida, analisamos nossa rota planejada para os próximos dias.
Resumindo: as próximas pernas eram mais para o sul. Ou seja, além de mudar um pouco a posição para atacar os ventos (agora um pouco mais pelas costas), estaríamos também fugindo da região dos Tornados.
Resolvemos que valia a pena prosseguir ainda durante aquele dia mais para o sul.
Talvez, até a divisa com o estado do Texas.
Assim, terminamos nosso descanso, conversamos um pouquinho meio que dando força um ao outro e começamos a arrumar a Dedete para enfrentarmos mais um pouco de "trancos e barrancos" (de preferência, só os trancos).
O Senhor da lanchonete, vendo nossa determinação, passou perto de nós e disse :
- Casal corajoso. Mas, vocês estão certos. Sumam daqui.

E, assim, lá fomos nós rumo sudoeste, a caminho do Texas.
Imaginamos seguir por umas 100 milhas e, no dia seguinte, tentar mergulhar mais ainda para o sul do país.

Nossa decisão se mostrou boa.
Os ventos agora nos pegavam mais pelas costas (vento em popa) e afetavam menos a estabilidade na moto.
A Dedete se mostrava razoavelmente estável, mesmo naquelas condições.
Assim, cuidadosamente, conseguimos vencer 140 milhas até a cidade de Texarkana, divisa com o Texas.

Encontramos um hotelzinho na beira da estrada.
Banho, uma saladinha e sono.

Antes de dormir, disse baixinho para a Paula :
- Linda, falhei. Me preocupei com tantas coisas e não dei a devida atenção ao nosso velho conhecido vento, aliado em tantas travessias.

Interessante como , às vezes, só às vezes, nos esquecemos de valorizar o que está bem próximo a nós e só nos preocupamos com o desconhecido.

6.4.09

O Ventilador que virou Turbina




Após conhecermos a Residência dos Presleys, demos uma volta por Memphis (nada de muito especial) e resolvemos seguir para onde estávamos nos sentindo bem à vontade: as estradas.

Saímos de Memphis, atravessamos o lendário Rio Mississipi e entramos no Estado de Arkansas.

Em outra mensagem, mencionei os ventos e a dificuldade de se manter a moto estável nessas condições.
Pois bem, em Arkansas a situação se tornou bem séria.

Os ventos aumentaram muito, vindos do Norte.
Como nosso sentido era Oeste (para o Texas), esses ventos nos pegavam de lado, causando mais instabilidade ainda na moto.
Estava ficando muito dificil manter uma velocidade razoável nessas condições.

Chegou num ponto em que fui para o acostamento pois começava a atrapalhar o fluxo de veículos na Highway (I-40). Estava desenvolvendo ridículas 35 milhas por hora.
Pior ainda, o vento não era constante. Então, as rajadas nos pegavam de surpresa.
Para completar o cenário caótico, estávamos sendo ultrapassados por caminhões enormes, que causavam turbulência e mais instabilidade ainda na moto.


No meio dessa dificuldade toda, lembrei-me das velejadas em alto-mar, implorando por ventos, de preferência de lado (través). Ou seja, aquilo que sempre sonhávamos (ventos fortes de través), hoje nos causava tanto desconforto e, por que não, medo mesmo.

Na vela, aprendemos a estimar a força do vento pela formação da superfície do mar.
Agora, aproveitava esse ensinamento e, toda vez que passávamos por algum lago, olhava para a superfície tentando calcular o que estávamos sendo submetidos. Nossos cálculos apontavam para ventos de 20 nós e rajadas de 25 nós. Uma verdadeira bagunça em pleno interior de Arkansas.

Os pescoços começavam a sofrer os "trancos" do vento. Doiam muito.
Paramos diversas vezes para descansar. Só que o vento era tão forte que tínhamos que segurar a moto, mesmo parada. Ou seja, muito pouco descanso nessas condições.

Devagar e, literalmente, aos trancos e barrancos conseguimos chegar a Little Rock.

Nosso objetivo não era dormir nessa cidade. Porém, estava tão dificil avançar que ponderamos ficar por aqui por uma noite. Já eram 14:30.
Estávamos esgotados e com fome.
Nessas condições, resolvemos entrar numa lanchonete qualquer, descansar um pouco, comer e decidir o que faríamos por aqui.

Enquanto a Paula fazia seu pedido, me lembrei que durante os estudos para essa viagem tinha encontrado alguma coisa sobre a Temporada dos Tornados nos EUA.
Não me lembro bem porque, mas não dei muita importância a esse assunto..........

Elvis - byMP

Nosso destino: Graceland.

Considerada patrimônio histórico, a residência de Elvis Presley é a segunda mais visitada nos EUA, só perdendo para a Casa Branca.
A casa é em estilo colonial e pertencia a uma fazenda. Por fora, até que não impressiona muito. Seu tamanho é bem contido, considerando os padrões das mansões americanas. Em compensação, por dentro ...
Nossa ! Nunca vi nada igual !


Elvis Presley providenciou a decoração da própria casa predominantemente em azul, sem dúvida, sua cor preferida.
Além de uma personalidade excêntrica, percebemos que ele também era dono de um bom e grande coração, pois não excluiu nenhuma cor e muito menos estampa em seus adornos domésticos.

O tapete listrado em fundo vermelho na Sala de Sinuca começava no chão, subia pelas paredes e forrava o teto inteirinho fazendo sanfoninha até o lustre, que também era vermelho, of course.




A cozinha era quase igual as que conhecemos. Tinha geladeira, fogão e mesa. Mas, não é que aquele tapete subiu do sub-solo pela escada e chegou também lá na cozinha ?
Aquele tapete só foi dar sossego mesmo na hora em que chegamos ao famoso “jungle room”.
Após uma rápida observação, pude entender o apelido desse estúdio. Os móveis em madeira eram talhados com desenhos de animais. “Moody Blue” e “Way Down” foram os últimos sucessos do Rei do Rock e brotaram desta sala.

Extravagante ?
Ainda nem falei do avião dele. Cama de casal, sofá para convidados, mesa de jantar para 12 pessoas e lustre. O banheiro com poltrona redondinha – como de barbeiro – e torneiras de ouro. O estofado: azul. O forro do avião ? Adivinha. Não é que o tapete estava ali também ? Ainda bem que Elvis escolheu ser músico !

Uma coisa muito legal que descobrimos foi onde Elvis levou sua filha Lisa Marie para comemorar seu aniversário de 9 anos. A festinha dela foi dentro desse avião com seus amiguinhos, voando e fazendo a maior farra entre baldes e baldes de refrigerante.

Conhecemos também seus carros, motos, macacões e cintos cravados com pedras. Foi um passeio excepcional.


Só foi triste mesmo ver como Elvis acabou.

Em breve, colocaremos algumas fotos desse passeio. Só estamos resolvendo um probleminha com nosso drive externo, onde as fotos estão armazenadas.
Até semana que vem, tudo deve estar resolvido.

5.4.09

I-40 (Tennessee) - Deixará saudades......

Olá Companheiros Duas Rodas,

Saímos de Bristol (Virgínia), cruzamos a divisa com o Tennessee e tocamos pela I-40.
Dia cheio de sol. Estrada excelente (3 pistas), sem vento algum.
Curtimos muito o caminho. Muito verde.

Passamos por Nashville e fomos parar somente em Memphis, tamanha nossa satisfação.
Cruzamos o Estado do Tennessee inteirinho. Não queríamos parar. Estava muito bom.

A Dedete mostra, a cada dia, que está mesmo preparada para grandes travessias.

As "poltronas" do Lúcio e Paula são muito confortáveis e não deixam as "partes inferiores" doloridas.

Fomos terminar o dia num hotelzinho pertinho da entrada de Memphis.
510 milhas de pura diversão.
Hoje, vamos conhecer a Casa do Elvis Presley e dar umas voltas pela cidade.

Sigam conosco !!!!
Pistas Tranquilas.

4.4.09

Quem ligou o Ventilador ?

Olá Amigos,

    Hoje, rodamos 360 milhas pelos estados de West Virgínia e Virgínia.
    Saímos de Falling Waters - West Virgínia e viemos até Bristol (uma cidadezinha na Virgínia).
    Logo ao amanhecer, chuvinha chata.
    Olhei as fotos do satélite e parecia que estávamos na ponta de baixo de uma frente fria. 
    Como nossa direção seria sul, achei que valia a pena encarar e tentar sair da frente.
    Não deu outra.
    Após uma hora de chuvinha, começamos a encontrar tempo melhor, até encontrarmos céu azul.
    Na chuva, aproveitamos para testar a impermeabilidade dos nossos equipamentos. Ficamos muito satisfeitos e secos.
    A Dedete (moto) foi segura e impecável no molhado.

    Dia ensolarado numa paisagem que começa a mudar para os nossos olhos, acostumados ao inverno forte de Nova York.
    Campos já verdes, árvores começando a florir. Muitos ipês brancos na beira da estrada.
    É a primavera já mais definida por aqui.
 
    Apesar do tempo firme, muito vento.
    Pelos nossos "feelings" de velejadores, acho que rajadas de uns 15 nós.
    O problema é que, sobre 2 rodas, isso fica um pouco desconfortável, redobra nossa atenção e nos força a reduzir a velocidade.
    Em alguns momentos, parecia que seriamos lançados para longe da moto, tamanha a força em nós.
    Mesmo assim, acho que 360 milhas estão de bom tamanho.

    Curtimos bastante o dia.
    Nos sentimos confortáveis na Dedete.
    Gradativamente, vamos nos adaptando à nossa nova casa.
    É impressionante como o lar está em nossos corações e não nos tijolos, telhados etc. em que, tradicionalmente, construímos a residência.
    Já temos a poltrona do Lúcio, a da Paula, a Oficina, o Escritório etc.

    Amanhã, tentaremos chegar bem próximos a Memphis - TN.
    Torçam por nós.

3.4.09

West Virginia


Empolgados com o início da viagem, tocamos até a meia noite.
Fomos pela I-78, sentido oeste, cruzando New Jersey e Pennsylvania.
Na sequência, pegamos a I-81 sentido sul, até cruzarmos a fronteira de West Virginia.
Chega por hoje.
Estamos num hotelzinho de beira de estrada.
The Ladies (Paula & Dedete)

E assim, Partimos

O Plano apontava para a largada em 5 de Abril.
Porém, há uns 3 dias, percebemos que todas as pendências poderiam ser finalizadas hoje (2/4/09). Parece até mentira. Bem, quase.
Resolvemos guardar esse momento para nós.
Assim, às 16:00 de 2 de Abril, demos a largada na Aventura "DaQuintaPraNove", quietinhos, só nós.
Muita emoção enquanto preparavamos a Dedete. Uma mistura de alegria, ansiedade, medo.
15:57 - puxei o botão de ignição. Dei um abraço na Paula e agradeci por ela ter aceito entrar "nessa" comigo.
- Vai, coloca aí no Almada (nosso GPS) as coordenadas de "Ribeirão Preto" - disse ela com seu jeito bem objetivo (quando a situação exige).
Deixamos o condomínio às 16:02, margeando o East River, a caminho de New Jersey.
Tarde ensolarada em Manhattan, apesar da previsão de chuva. Que presente !!!

Saímos do condomínio calmamente, como se estivéssemos indo dar uma voltinha. Não deixa de ser. É tudo uma questão de perspectiva.
Cruzamos Manhattan curtindo um "passeio pela ilha".
Cruzamos o Rio Hudson. Demos uma paradinha para contemplar Manhattan e o imponente Empire State Building.

Calmamente, pegamos a estrada.
De repente, o telefone toca.
Para nossa alegria, era o Paulo Almada (pai da Paula). Contei para ele sobre nossa partida antecipada.
E ele, como bom pai, nos desejou "boa viagem"e a proteção de São Cristovão.

E assim, partimos......

2.4.09